Don Plundiglione alisava a enorme barriga, farta de caviar e souvenir, além do vinho francês. É bom
ser rico neste país, essa coisa da política
rende muitos dividendos, caixas extras, cuecas recheadas e meias cheias, e não
é de chulé... O excelentíssimo Pantalones
(Armani, é claro, odiava aparentar ser popular em datas indevidas, em tempos de
eleição tomava até banhos de álcool e creolina), chega com toda a sua pomba
arrotando perdigotos...
– A benção, padrim!
Don Plundiglione, após abençoar e todos beijarem sua mão, retira do bolso
de seu fraque o lenço rubro e limpa a baba que estava melando o seu anel de
ouro maciço com uma pedra de rubi, jóia esta comprada em Miami.
– Filhos, la vita é bella,
viemos aqui parlare sobre nuestros salários.
Neste macarrone, Don Plundiglione laconicamente começava a reunião, ele
não tinha papas na língua, somente resquícios de caviar... Satãna argumentava
sobre os seus direitos de consumidor, já que era ele que estava defendendo o
seu umbigo.
– Nóis tamu certo, os eleitor vendi os voto, nóis compra e faiz o que
nóis quer! Quando compra um produto podi fazê o que quer!
Tonim Bad Boy batia bafo com notas de cem reais competindo com Augustus.
Apostaram o vintém, Augustus ganhou e vitorioso grita:
– Dai a Cezar o que é de ... A frase foi interrompida com munhecaço que
Tonim deu em seu maxilar (tadim do menino! Ainda não sabe perder...).
Augustus, o Cezar, e Don Plundiglione chegaram, com o apoio de todos, ao
combinado de aumentar demasiadamente seus soldos, e o eleitor? Ah! Ele que se joda! Vai votar em nóis mesmo...
A turba abestada queimava Judas espantalhados do lado de fora, enquanto
os verdadeiros estavam em assembléia, não dos ratos (não seriam tão dignos para
tanto). Todos se olhavam, perdidos,
perguntando: onde está o dinheiro? Ah! O
vento levou... E o povo? Vai continuar tomando no Tongo...
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