Natal. Confraternização, família toda reunida em volta do peru que é o protagonista de toda a celebração da custosa ceia. Também pudera! Depois da vaquinha realizada por toda a família para adquiri-lo, todos querem pôr a mão no peru! Os olhos estão cheios de esperança na espera de um país melhor (claro! O leitor ainda acredita em papai Noel... Abestados! Criaturas que ainda penduram meias cheias de chulé na esperança que apareça notas de cem dólares, euros e o suado real. Antes dependurasse cuecas nas câmaras, lá o natal é sempre gordo).
Os olhos percorrem do peru ao relógio. E essa meia noite que não chega! Pô! Tô na maior larica! To querendo comer esse peru e a farofa! Diz a filha adolescente. Os pais recriminam, falar assim no natal não, né?
Enfim soam as doze badaladas e a família faminta avança desabestada em cima da vítima. Em apenas alguns minutos sobram apenas os ossos (restos mortais ou comensais?), obra digna de um aluno de anatomia peruana (?). Depois que o bucho tá cheio, todos correm para a mirrada árvore de natal para ver os presentes (a verdadeira essência cultuada no natal em nossos). Os gêmeos de dez anos (que não acreditam mais em papai Noel) olham odiosas para o carrinho de plástico. A filha adolescente ganhou calcinhas baratas para usar o ano inteiro. O pai, como o chefe da família, ganha meias novas para trocar aquela fedida que não sai de seu sapato. A mulher, como manda o figurino, ganha pratos.
Todos vão para frente da tv assistir o “maravilhoso” especial de natal, odiando-se mutuamente. Êta espírito natalino...
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